Número de mortos em acidentes aéreos já supera 2010, em seis meses
Recife vive dia de comoção após acidente com 16 mortos
Foto: Guga Matos/ JC Imagem
Onze homens e cinco mulheres, que em comum tinham apenas o destino de uma viagem, tornaram-se o centro das atenções nesta quarta-feira (13) após serem vítimas de uma das maiores tragédias aéreas do Estado. Do bimotor LET 41, fabricado pela empresa tcheca Let Aircraft, e de propriedade da empresa aérea NoAr, sobraram apenas destroços e as caixas-pretas. A aeronave fazia o voo 4896, com destino à cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte e com previsão de escala na capital potiguar, Natal.
Três minutos foi o tempo da última viagem de 16 pessoas que saíram do Aeroporto Internacional dos Guararapes - Gilberto Freyre às 6h51. Para quem testemunhou a queda da aeronave num terreno na Avenida Boa Viagem, no Recife, no limite com Jaboatão dos Guararapes, ficou o susto. Já para quem não viu o acidente restaram a curiosidade e a espera por notícias, que não pararam de chegar dos meios de comunicação tradicionais e também das redes sociais.
A todo momento pessoas chegavam ao local do desastre para saber o motivo da intensa movimentação de autoridades e curiosos. Mesmo com a comoção e dor que inundaram o terreno descampado que foi palco da tragédia, houve aqueles que se mantiveram calmos diante da situação e aproveitaram para sacar uma câmera para fazer imagens que logo foram entregues às emissoras de TV ou postadas na internet.
Foto: Bobby Fabisak/ JC Imagem
A rede mundial de computadores também serviu como um grande mural onde foram postadas mensagens em apoio às familias das vítimas, além de fonte de pesquisa sobre notícias do que havia acontecido no litoral da capital pernambucana. No calor da tragédia, os familiares mal tiveram tempo para chorar a morte de um ente querido e foram direto ao Instito de Medicina Legal (IML) do Recife em busca de informações. Aos poucos os primeiros informes foram construindo uma triste lista de mortos.
Foto: Rodrigo Lôbo/ JC Imagem
Numa quarta-feira (13) tumultuada, as poucas certezas eram de que a empresa dona da aeronave havia cancelado as atividades aéreas do dia, que o governador do Estado, Eduardo Campos, havia decretado três dias de luto oficial e que o piloto do bimotor, Rivaldo Cardozo, havia sido um herói por evitar uma tragédia maior ao conseguir controlar a aeronave e fugir do choque com algum dos prédios que rodeiam o local do acidente.
Enquanto as certezas eram poucas, as especulações eram muitas. Antes de qualquer perícia, o irmão do copiloto Roberto Gonçalves chegou a afirmar que a causa do acidente havia sido provocado por problemas técnicos na aeronave, informação que a direção da companhia aérea disse desconhecer, já que o bimotor havia passado há poucos dias por revisões.
Foto: Guga Matos/ JC Imagem
As explicações defintivas só chegaram no final da tarde em uma coletiva de imprensa (foto acima) feita com representantes da NoAr e realizada no Mar Hotel, em Boa Viagem. A empresa foi solidária às famílias reafirmando que não medirá esforço nas investigações do acidente. Porém o inquérito só será divulgado em 30 dias.
Foto: Bobby Fabisak/ JC Imagem
Na espera pelos encaminhamentos do pós-acidente, os familiares das vítimas estão hospedados no Hotel Atlante Plaza, também em Boa Viagem. Já a NoAr informou que as atividades aéreas estão suspensas nesta quinta-feira (14). E quem passou pelo local do acidente na noite quarta pôde ver dois grandes holofotes iluminando os destroços da aeronave. A medida é necessária para proteger, e deixar visível, a área onde estão as únicas provas das quais devem ser extraídas as causas da tragédia.
Fonte: NE10
Em seis meses, número de mortos em acidentes aéreos já supera 2010
O número de mortos em acidentes aéreos nos seis primeiros meses de 2011 já supera o índice de 2010. Segundo dados estatísticos do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), até 4 de julho deste ano, 41 pessoas morreram em 77 acidentes ocorridos no Brasil. No ano passado, o saldo total foi de 39 mortos em 110 acidentes.
E esta diferença vai aumentar ainda mais. Na manhã de quarta-feira (13), mais 16 pessoas morreram na queda de um bimotor que fazia um voo comercial em Recife (PE). A aeronave da empresa Noar Linhas Aéreas saiu do aeroporto da capital pernambucana e seguiria para Mossoró, no Rio Grande do Norte, mas teve um problema no caminho e acabou explodindo. Este foi o primeiro acidente na aviação comercial desde a tragédia com o Airbus A-320 da TAM, que caiu em São Paulo, em 17 de julho de 2007.
Neste ano, a maior parte das ocorrências foi com aviões. Foram 67 contra dez de helicópteros - que representa 87% dos casos. Ainda de acordo com o Cenipa, os índices mensais de acidentes, de janeiro a junho de 2011, é o mais alto se comparado aos mesmos meses dos anos anteriores (2008 a 2010).
Veja fotos do acidente em Recife
Veja fotos de outras tragédias da aviação
Um dos motivos para esse aumento nas estatísticas, segundo o presidente da Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral), Francisco Lyra, é o crescimento do setor aéreo no Brasil.
- Do ano passado para cá, houve um aumento de movimento no setor de 20% a 30%. É de se esperar que esse aumento acompanhe também número de acidentes. A frota brasileira vem crescendo muito.
Lyra também explicou que há que se considerar também seguimentos dentro da aviação aérea que fazem diferença dentro dos índices de acidentes.
- Temos o piloto proprietário, aquele que usa avião para movimentos de seus negócios, não está sujeito a regras de um avião comercial. Esses que têm passageiros pagantes, como também o táxi-aéreo, o Estado acompanha com proximidade e exige padrões.
Já para o diretor de segurança de voo do SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas), Carlos Camacho, é “complicado trabalhar com estatísticas” em cima de vítimas. Já que, segundo ele, um único acidente pode bater qualquer número.
- Como foi o caso do avião da Gol em 2006, que bateu todos os recordes, depois em 2007 um recorde ainda maior [acidente com o avião da TAM, em São Paulo]. A aviação é uma atividade arriscada, porém, toda empresa tem que lutar para ter zero mortes. Esse piloto do acidente em Recife parece que estava de folga e foi voar. Esse é um ponto preocupante.
Para a Aeronáutica concluir o porquê do aumento nesses números é preciso analisar itens que não competem ao Cenipa. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, existem muitas variáveis, como por exemplo quantidade de aeronaves que voam, passageiros etc. O órgão ainda informou que não interessa qual é o tipo de acidente, se de avião ou helicóptero, pois todos são tratados com a mesma importância.
Procurado para comentar os dados, o SNEA (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias) não quis se manifestar sobre o aumento no número de mortes.
Prevenção
Para o diretor do SNA, um acidente aéreo pode acontecer por várias razões, mas algumas delas “são fundamentais”.
- A decisão de colocar um piloto para voar sob fadiga é inadequado. Outro ponto é voar um comandante muito antigo com um copiloto muito novo. No caso de um acidente em São Pedro da Aldeia, o comandante cancelou o plano de voo e morreram 19 pessoas. O copiloto não disse nada porque não iria contradizer o seu comandante.
Há que se rever também o SGSO (Sistema de Gestão de Segurança Operacional) que só é exigido das companhias aéreas e táxis-aéreos, de acordo com Lyra.
- Outro ponto importante é a criminalização, ou seja, na medida que se faz uma investigação criminal do acidente, você provoca efeito colateral adverso. Todas as pessoas envolvidas que vão depor falam segundo orientação de advogados e, claro, não vão se autoincriminar. O objetivo principal seria a prevenção de novos acidentes e, com a criminalização, esse objetivo não é atendido ou parcialmente atendido.
Fonte: r7.com
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