Parentes das vítimas do voo 447 criticam relatório do BEA e dizem que foi falha técnica
A Associação dos Familiares das Vítimas do Voo 447 vai enviar um ofício para a BEA (Escritório de Investigações e Análise), órgão oficial francês encarregado de investigar o acidente do voo Rio-Paris em 2009, repudiando o relatório divulgado nesta sexta-feira (29).
documento aponta uma série de erros dos pilotos que teria provocado a queda da aeronave. O presidente da associação, Nelson Faria Marinho, discordou do posicionamento do BEA e disse que os especialistas já provaram que houve falha técnica. - É até uma contradição por parte do BEA falar um negócio desses. Eles mesmos admitiram, em princípio, que foram as sondas de Pitot (sensores de velocidade) que deram defeito. Se o Pitot deu defeito, atingiu o computador de bordo, foram problemas em peças, não é falha humana. Se o Pitot não desse defeito, não tinha derrubado o avião. Informações do BEA demonstram falta de treinamento
Marinho disse que recebeu um comunicado nesta sexta-feira de um especialista em aviação da Alemanha que critica o último relatório do BEA. Ele também discorda que houve falha humana.
As informações, com base nas recém-descobertas caixas-pretas do avião, confirmam a descoberta feita em maio, de que a tripulação reagiu ao alerta de stall fazendo algo que intrigou os especialistas: apontando o nariz do avião para cima, ao invés de para baixo.
Paul Hayes, diretor de segurança da consultoria britânica Ascend Aviation, afirmou que “parece óbvio que a tripulação não reconheceu a situação em que estava, por qualquer razão, e que mais treinamento teria ajudado”.
O stall aerodinâmico - que não deve ser confundido com uma pane dos motores - é uma situação perigosa, que ocorre quando as asas são incapazes de suportar o peso do avião. A forma clássica de reagir a isso é apontando o nariz do avião para baixo, para capturar o ar num ângulo melhor.
Mas é raro um grande jato comercial ter um stall aerodinâmico, ainda mais em alta altitude, e os investigadores dizem que essa situação praticamente não é vista nos treinamentos.
Acidente
O avião da Air France que fazia o voo do Rio de Janeiro para Paris caiu no oceano Atlântico em junho de 2009, matando as 228 pessoas a bordo. Segundo o documento, os pilotos não adotaram o procedimento adequado após os primeiros problemas detectados durante o voo: perda de indicadores de velocidade - falha para a qual eles não foram treinados para lidar - e perda de sustentação da aeronave.
Além disso, a tripulação não fez nenhum anúncio aos passageiros sobre a situação da aeronave antes do acidente, diz o BEA. Trata-se do terceiro relatório sobre as investigações técnicas do caso.
As duas caixas-pretas - que registraram os parâmetros do voo e as conversas na cabine dos pilotos - foram resgatadas do fundo do mar no início de maio, após passarem 23 meses a 3.900 metros de profundidade no oceano Atlântico.
O órgão emitiu dez novas recomendações de segurança, incluindo mais treinamento sobre como pilotar aeronaves manualmente em grandes altitudes.
Em um comunicado, a Air France disse que os alarmes que apontariam a perda de potência do avião não estavam em perfeito funcionamento. Segundo a empresa, as ativações e interrupções dos alarmes, fora de sincronia com as condições do avião, “contribuíram fortemente para a dificuldade da tripulação em avaliar a situação”. Veja mais no site R7.com.
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